Combate Classista

Teoria Marxista, Política e História contemporânea.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Manifesto de fundação

Grupo Livre de Estudos Marxistas revolucionários



Manifesto de fundação
Março de 2010

Aos que se interessam por Marx, Marxismo e pelas revoluções proletárias

Neutralidade, imparcialidade e frieza. São esses os valores que tenta nos transmitir a ciência positivista burguesa, em todas as suas nuances e colorações. Mas antes de aceitá-los temos que nos perguntar: A quem serve estes valores? Quem pode afirmar que são eles os valores científicos que podem conduzir a sociedade a emancipação humana?

E esta suposta neutralidade axiológica não esta legada apenas aos setores conservadores, profundamente comprometidos com a ordem burguesa, e assim com a manutenção das desigualdades sócio-materiais, políticas, de status e classe. Mesmo setores ligados a um expresso marxismo academicista castrado de poder de transformação social repetem a mesma ladainha. Separando a teoria da atividade prática-cotidiana. Desta forma o marxismo funciona apenas como uma muleta “já sou marxista, não preciso me engajar em lutas sociais”, com isso negam todo conteúdo do marxismo revolucionário. A luta pelo socialismo é reduzida a guerra de posição e esta ainda é reduzida a luta por cadeiras em departamentos. Nós jovens marxistas revolucionários, não queremos ser reduzidos a isso.

Assim este setor, na maior parte dos casos com os pés no stalinismo, de forma explicita ou não, toma a defesa da tragédia chamada “socialismo num pais só” e da torrente de crimes processos contra-revolucionários desencadeada pelos PCs pelo mundo afora. Ao mesmo tempo condenam, ou se abstém da luta direta contra o Estado, a burguesia, o patronato, a propriedade privada, bem como a luta reforma agrária, por cotas raciais, por igualdade de gênero e o movimento GLBTT. Não conseguem articular as lutas por emancipação política a luta pela emancipação humana, o programa mínimo e o programa máximo.

A ideologia acadêmica, expressão de determinados interesses, tenta afastar o conhecimento da realidade, torna-lo impotente e castrado, e a isto chama de ciência. “Não tome posição! Se afaste da política!”, são os conselhos que os guardiões da tradição acadêmica nos transmitem. Como se fosse possível falar sobre o mundo sem sobre ele tomar uma posição.

O máximo de crítica permitido, para fazer parte do pretenso novo oráculo, é a crítica fragmentada, abstrata, niilista e domesticada.

“Abaixo ao atual estado de coisas!”

O conhecimento não deve ser pura especulação vazia sobre o mundo, mas, antes, uma arma para sua transformação!

Para isso tem que necessariamente deixar de servir aos antigos interesses, tem que deixar de servir a reação, deixar de servir os exploradores.

Deve passar estar a lado da luta pela emancipação humana, apontar para a criação do novo, superando a mesmice, a caretice, a baixeza.

Só pode fazê-lo se estiver ligado a classe que por seu ser social, por sua posição, pode realizá-lo.

Isso significa não menos, mas mais sofisticação, não menor, mas maior complexidade teórica.

Pois se “os filósofos tem que buscar transformar o mundo, e não apenas interpretá-lo”, o pensamento crítico é arma quando nas mãos dos oprimidos.

Chamamos tod@s @s interessad@s em discutir a obra de Marx e de marxistas e processos revolucionários a somarem-se conosco neste projeto.

Por uma ciência transformadora, crítica e revolucionária!

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