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sábado, 24 de julho de 2010

A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra


O alcoolismo e a classe trabalhadora


Fabio Nunes Silva
Alessandro de Moura


Publicada no verão de 1845,A situação da classe trabalhadora na Inglaterra(2008) hoje é um marco na interpretação crítica do processo de desenvolvimento do capitalismo ocidental. Friedrich Engels nos apresenta uma detalhada análise das condições de vida e de trabalho do proletariado urbano.
Engels deparou-se com essa realidade na Inglaterra, em Manchester, centro da indústria inglesa, onde se fixou em 1842 como empregado de uma firma comercial cujo pai era um dos acionistas. Engels, um jovem não muito afeito ao ambiente almofadado e mesquinho do escritório de uma fábrica, percorreu os bairros operários e viu a miséria social.
Estudou profundamente a situação da classe trabalhadora na Inglaterra através da experiência direta, das obras dedicadas ao tema e dos documentos oficiais que pôde consultar.
Escrita entre os anos 1943 e 1944, esta obra revela não somente uma descrição corajosa dos bairros operários ingleses, mas também a trajetória de um jovem intelectual oriundo da burguesia alemã se aproximando de uma concepção histórica e revolucionária do mundo que visa o fim da dominação de sua própria classe sobre os despossidos dos meios de produção. Durante sua estada em Manchester, o jovem escritor entra em contato com o movimento operário inglês e a partir daí fortalece seus laços com uma concepção socialista do mundo.
Percorrendo os bairros operários de grandes centros industriais como Manchester, Birmingham, Leis, Liverpool, Engels descreve minuciosamente a miséria social que assola estes locais. Por toda a parte o que há é fome, cansaço e doenças. Miséria total, o salário pago pelas fábricas inglesas não garante a sobrevivência da classe trabalhadora. Não paga a comida, o teto, a roupa, o remédio e outras coisas necessárias para um ser humano se manter vivo.
O que este jovem burguês vê é o espetáculo da merda a céu aberto. As casas estão amontoadas, há lixo pelas ruas, Engels fala de crianças deformadas por mais de dez horas de trabalho forçado no chão das fábricas, do corpo de uma mulher abandonado num monte de palhas, do trabalhador embriagado perambulando por toda esta miséria.
Para Engels, um crítico radical do capitalismo, centenas de vidas são eliminadas todos os dias por causa da busca incessante da nascente burguesia por explorar ao máximo o trabalho dos operários na Inglaterra. Burguesia que desde o século XV vem intensificando sua atuação insandecida como classe social dominante no Ocidente. Os bairros operários são miseráveis porque a burguesia precisa de mão de obra barata, precisa de miseráveis para ocupar as piores funções na produção capitalista.
Em dialogo profundo com o texto de Engels, Karl Marx, no texto Manuscritos econômico-filosóficos de 1844 destaca que a classe trabalhadora pobre constrói palácios para os burgueses e é obrigada a morar em barracos improvisados. A miséria social instalada é necessária em uma sociedade onde a exploração extrema do meio ambiente e dos seres humanos sem propriedades gera enormes lucros. Sem a exploração das riquezas naturais e da classe trabalhadora a burguesia não constrói suas fortunas. É nesse sentido que se pode afirmar que a burguesia têm as mão sujas de sangue. Trata-se, se nos aproximarmos de Engels, de uma classe social assassina.
Assassinato social, com este conceito Engels vai denominar as inúmeras mortes levada a cabo pela ordem social capitalista, dirigidas pelas burguesias. E conforme o autor, são várias as formas que esta classe social utiliza para cometer seus crimes.
Além da imposição da superexploração aos trabalhadores e trabalhadoras despossuídas de meios de produção, de atirá-los em habitações insalubres, da degradação da saúde, da expropriação do vigor físico, da alienação da criatividade, conforme Engels, a produção e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas é mais uma das formas de assassinato social.
Engels dedica um capítulo desta obra à análise das conseqüências do alcoolismo sobre os trabalhadores e trabalhadoras pobres da Inglaterra. Descreve jovens e idosas vitimadas pela produção e consumo de álcool.

Alcoolismo e Miséria

O mundo é vasto e velho e por isso não podemos afirmar que toda bebida alcoólica consumida foi em nome da miséria humana. Outros povos, utras histórias e mesmo nas sociedades capitalistas não podemos trabalhar com tal afirmativa. Pois nem tudo que é bebido, fumado, cheirado ou inalado é resposta ao desespero de se sentir só. Nem tudo que delira sofre. O álcool também pode participar de uma verdadeira celebração, de um reencontro do ser humano consigo mesmo.
Mas no capítulo dedicado ao alcoolismo por Engels, o que temos são condições de miséria social tão profundas que articuladas à solidão, o desespero etc, levam aqueles seres humanos à buscar formas imediatas de alivio no álcool. Nesse sentido, as bebidas alcoólicas aparecem como um instrumento eficaz de controle e uma arma utilizada para matança da classe trabalhadora. As bebidas alcoólicas como tática de “domesticação” e destruição do ser humano.
Como mecanismo de controle, faz com que o trabalhador sublime seus sofrimentos diários, ao invés de se revoltar contra o trabalho extenuante e se organizarem contra a minoria patronal, o trabalhador que se alcooliza para fugir da dura realidade cotidiana degradante e precária vai adoecer e se lançar num estado delirante altamente danificado.Aos poucos, de gole em gole, o álcool destrói diretamente garganta, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, neurônios etc (ver efeitos do álcool no Google), sem se falar em seus efeitos físicos indiretos. Socialmente também é comum a pessoa alcoolizada canalizar suas frustrações cotidianas sobre pessoas não diretamente envolvidas na produção de sua opressão. Bêbados, os trabalhadores brigam entre si e tendem a esquecer e/ou desviar a parcela de responsabilidade do patronato, dos ricos, e da burguesia sobre a miséria social a qual os trabalhadores estão imersos.
Estamos fora de qualquer celebração, estamos no terreno da produção e do consumo capitalistas, onde o mais importante é o lucro e a manutenção das sociedades burguesas. O álcool aparece aqui como mais um paliativo, um “remédio” para a insanidade moderna. Uma forma deprimente e ilusória de abrigo entre corpos deformados pela violência do trabalho exausto e de tantas outras formas de opressão.
No lugar do coletivo organizado ocupando fábricas, o corpo frágil dos trabalhadores vitimados pelo consumo excessivo de álcool. Depois de dezesseis, dezoito horas de trabalho forçado no chão de uma fábrica, a classe trabalhadora corre desesperadamente atrás de um copo de alguma bebida alcoólica geralmente barata e de péssima qualidade, uma forma mais acessível de relaxamento físico.
O corpo ganha novos movimentos, estes não são compassados pelo tempo das fábricas, por poucos centavos a liberdade temporária, o lúdico momentâneo enfeita a jaula de ferro, torna doce e macio o anzol do operário. Para Engels, amortecida, culpando-se por estar jogada nas piores formas de vida e habitação, adoecida, inválida, a classe trabalhadora, lançada ao microcosmo do fracasso individual, encontraria dificuldades para organizar uma revolução social.

Engels como tática e a publicidade da indústria do álcool

Num exercício de pensar as análises deste autor nos dias atuais, tentaremos aproximar suas idéias desenvolvidas no capítulo dedicado ao alcoolismo a alguns elementos de campanhas publicitárias das marcas de cervejas Kaiser, Brahma e Antarctica.
Ou seja, trata-se de campanhas publicitárias milionárias. Estamos no terreno rentável das negociações burguesas. Marcas de cervejas vendidas em grande escala através dos inúmeros meios de comunicação, agências publicitárias, donos de bares, restaurantes, motéis, postos de gasolina, governos municipais, estaduais, federais, e por que não envolvidas em lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, armas, mulheres, crianças, homens, aves, anfíbios, répteis, plantas, minérios etc. Conforme mencionado acima, trata-se de uma classe social criminosa, assassina.Portanto, estes trabalhos publicitários não são apenas frutos da imaginação fértil de alguns publicitários e publicitárias, mas o trabalho de uma enorme rede de interesses que envolvem milhões em dinheiro. Desenvolver estes trabalhos exigem dos seus executores uma dose significativa de subordinação e eficiência. Os publicitários, os técnicos, as atrizes, os diretores, envolvidos nestas campanhas precisaram se adequar aos interesses gerais da empresa ou muito provavelmente iriam perder o cliente.

A Publicidade Burguesa anti-operária.

As burguesias, através de todos os meios encontrados dedicou parte de sua vida enquanto classe subordinando hierarquicamente negros, mulheres, homossexuais, enfim, toda vida considerada por ela ser indigna de ser vivida. Exércitos, polícias, escolas, meios de comunicação, manicômios, prisões, campos de concentração, para se manter enquanto classe dominante, a burguesia precisou, precisa e vai precisar investir pesado nos aparatos de repressão para não perecer. Ela reconhece o poder de ataque de seus inimigos mais imediatos. Ela sabe que se cochilar o cachimbo cai na luta de classes.


Branco, adulto e bem-sucedido



Para se manter enquanto classe dominante as burguesias precisam construir suas armas, constroem suas prisões, fazem suas campanhas publicitárias, vendem cervejas, cachaças etc. Tem que enganar, matar, esconder etc.
Em novembro de 2009 a marca de cerveja Kaiser, associada à Ambev, iniciou mais uma nova campanha publicitária. Ela também compreendeu dois filmes publicitários, um de um minuto e outro de trinta segundos, estrelados pelo ator Humberto Martins.Humberto Martins participou de inúmeras novelas da Rede Globo como Barriga de Aluguel (1990), Vira-Lata (1996), Kubanacan (2003), Pé na Jaca (2007) e Caminhos das Índias (2009). É figura recorrente nas revistas de grande circulação sobre artistas e novelas.
Numa sociedade como a burguesa, onde os homens adultos e brancos em geral monopolizam maior poder, são os homens brancos e adultos que protagonizam a maioria destes comerciais de cervejas promovidos pelas burguesias, classe social que historicamente difundiu o racismo, machismo, homofobia etc.
Na publicidade burguesa o clima de perseguição não parece diferente. Em geral, as campanhas publicitárias burguesas (ou a serviço das burguesias) constroem suas imagens a partir de inúmeros estereótipos pobre-fóbico, racistas, machistas e homofóbicos.O ator está sorrindo neste filme. Sorriso saudável. Devidamente vestido com sua camisa branca, transpira saúde e uma suposta felicidade. Seu corpo parece másculo sob a roupa e seus braços são rijos. Ao lado de uma garrafa de cerveja é um homem de destaque nacional. Em hipótese alguma parece um homem debilitado pelo consumo de álcool. Sua imagem, ao contrário, está ligada á uma idéia burguesa de homem bem sucedido. Em nenhum momento à ligamos ao homem embriagado caído na calçada ou internado em alguma clínica de desintoxicação.
Cria-se um cotidiano dominado pelo mito de uma felicidade privada absurdamente hedonista. Um cotidiano do desejo, dos prazeres mais imediatos. Por toda a parte encontramos nestas campanhas um bem-estar burguês. Humberto Martins representa um homem ideal, branco, adulto, saudável ebem-sucedido.


Mulheres




Neste anúncio da marca de cerveja Brahma temos um caso típico do tratamento dedicado às mulheres nas campanhas publicitárias, protagonizada por Sheila Melo e Sheila Carvalho, ex-bailarinas do conhecido grupo musical É o tcham!.
São duas mulheres contratadas. Biquíni vermelho, pela bronzeada, corpo atlético, olhares insinuosos. Um topless disfarçado com meia dúzias de garrafas. O que elas estariam pensando?
Provavelmente não estão pensando em se organizar para acabar com as estruturas machistas que oprimem historicamente as mulheres. Esta propaganda afirma esta exploração. Quem são estas mulheres? O que realmente vivem?
Em geral estas mulheres não são vistas como seres complexos e contraditórios. São duas mulheres de biquíni vermelhos segurando algumas garrafas de cervejas. Neste caso o corpo feminino se transforma num suporte sexualizado para garrafas de cervejas da marca Brahma. Isso. Um objeto, como um freezer, um balcão, uma mesa etc.
Sheila Melo e Sheila Carvalho foram contratadas como modelos fotográficos, esta imagem em hipótese alguma dá conta de suas vidas. São seres humanos complexos e contraditórios. O biquíni e a cerveja são elementos deste trabalho e não o resultado de suas existências.
Parece não haver lugar para mulheres enquanto seres complexos e particularmente para as que contestam esta atual situação. O modelo de mulher idealizado por estas e outras campanhas publicitárias não podem ser contestado, ele somente deve ser aceito como verdade universal e não como um projeto específico de mulher e ser humano de uma classe social específica, intitulada burguesia.
E se no dia desta sessão de fotos as duas modelos chegam organizadas com outras pessoas para ocupar a agência publicitária e transformá-la num núcleo de propaganda anti-capitalista? A teórica revolucionária alemã Rosa Luxemburgo seria um perigoso empecilho para os idealizadores destes comerciais burgueses.

Crianças e dóceis idosos

As crianças não protagonizam estas campanhas devido ao teor alcoólico do produto anunciado. Como se na realidade não existisse um número
significativo de crianças e adolescentes vitimados pelo consumo do álcool promovido por estas campanhas publicitárias. Mas se legalizarem oficialmente o consumo de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, provavelmente as crianças participariam mais neste setor da publicidade.
Os idosos são sempre secundários e dóceis, nunca homens e mulheres capazes de organizar e executar mudanças reais nas sociedades, sempre velhinhas e velhinhos simpáticos. Em geral há um elogio da juventude nestes comerciais de cerveja, onde jovens saudáveis brindam com os amigos e conquistam algumas garotas num estado de felicidade anestesiada.
Em geral é o modo de vida burguês que prevalece na publicidade burguesa (ou a serviço dela). O padrão de existência considerado certo e superior é o padrão estabelecido pela classe dominante, ou seja, a burguesia. O que não for burguês é suspeito, pode ser perseguido, ser motivo de piadas, pode até se tornar uma piada.A realidade que Engels nos apresenta em A situação da classe trabalhadora na Inglaterra dos motivos e conseqüências do consumo de álcool simplesmente não aparece no universo das campanhas publicitárias difundidas por estas empresas, cujas grandiosas verbas publicitárias são aplicadas em diversas mídias, como tv, rádio, jornais, revistas, outdoors etc. Estas campanhas tentam esconder o terror descrito por este autor.
O que temos nestes trabalhos publicitários é a alegria, a festa! Neles, não há a trabalhadora ou o trabalhador pobre exausto depois de uma longa e forçada jornada de trabalho procurando desesperadamente uma bebida qualquer. Neste tipo de publicidade a classe trabalhadora é simpática, feliz e saudável.



Antarctica Sub Zero: Duplamente filtrada, duplamente refrescante.



Desde julho de 2009 o mercado de cerveja recebeu mais um produto: a cerveja Antarctica Sub Zero. Sua divulgação, assinada pela agência AlmapBBDO (SP), contou com filmes e vinhetas veiculadas em emissoras de tv aberta e por assinatura, mídia impressa, spots de rádio, ações promocionais em supermercados e bares noturnos, exibição em salas de cinema, outdoors etc. Como mencionado acima, trata-se de uma campanha publicitária milionária.
Dentro desta enorme campanha, escolhemos a série de filmes protagonizados pelo ator Rodrigo Lombardi. Mais especificamente, iremos nos deter na fictícia fábrica da nova cerveja, cujo ambiente de produção da cerveja produzida a -2 graus está vazio e congelado. Não há operários trabalhando, a produção parece absolutamente autonomizada. Uma certa tranqüilidade paira no ar.
Para nós, este vazio congelado pode indicar mais uma tentativa de falsificar o tempo social. A automação absoluta é um sonho para a burguesia (uma utopia das classes dominantes), mas até hoje ela não conseguiu produzir sem explorar centenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras pobres forçadas a vender sua força de trabalho para sobreviver. Mentem ao idealizar a produção capitalista sem a participação direta da classe trabalhadora, ela é a classe social que carrega esta produção nos ombros.
A paisagem fria e deserta deste filme é irreal e a-histórica, ou seja, ela existe apenas a partir dos interesses particulares dos seus produtores diretos e indiretos. O tempo da produção capitalista sem o esforço destes seres humanos não existe, o que existe é, ao contrário, seres humanos historicamente submetidos a toda sorte de trabalhos forçados.


Filosofia de Vida


Em 2008 a marca Brahma inicia uma nova fase de comunicação com a campanha publicitária Brahmeiro, que pretende uma identificação entre a marca e os consumidores. Segundo a campanha, Brahmeiro seria um brasileiro que trabalha honestamente, que apesar das tragédias sociais tem fé na vida e não desiste nunca. Um guerreiro bebedor de cerveja barata:


O Sabor de ser Brahmeiro

Ser Brahmeiro é mais do que gostar de Brahma.
É ser guerreiro.
É correr atrás. Não desistir nunca.
Pra Brahmeiro, a batalha tem um sabor especial.
E, quanto mais suada, melhor.
Porque Brahmeiro sabe que o que é suado tem mais sabor.
A derrota às vezes vem, e pode até derrubar uma lágrima.
Mas não derruba um Brahmeiro. Porque nós damos a volta por cima.
Ser Brahmeiro é ser do bem e ser responsável.
É celebrar as conquistas com a família e os amigos.
Mas sem passar da conta, sabendo comemorar.
Guerreiro que é guerreiro bate no peito com orgulho e fala:
Sou Brasileiro. Sou Brahmeiro.


Segundo a campanha, esta é a filosofia da marca. E é esta filosofia que a marca deseja que a classe trabalhadora adote, porque ser brahmeiro é mais que consumir a cerveja da marca Brahma, ser brahmeiro é ser guerreiro! É o trabalhador pobre que luta desesperadamente para manter a família viva. O ser humano explorado no trabalho, violentado pelas instituições burguesas: aquele que passa horas em filas de hospitais públicos e muitas vezes não é atendido, o indivíduo abordado e humilhado quase que diariamente pela polícia etc.
Ser Brahmeiro é ser do bem e responsável. Mas o que vem a ser do bem e responsável? Se o Brahmeiro é do bem, quem seria do mal? Ser do bem é estar mais próximo de Deus e das leis oficiais? Responsável no trabalho? Na escola? No exército? No presídio? Responsável para celebrar com os amigos e a família, mas com moderação?
Sou Brasileiro. Sou Brahmeiro. O nacionalismo sugerido pela campanha publicitária é o mesmo nacionalismo que joga milhares de trabalhadores pobres num campo de batalha ou seria um nacionalismo que lota campos de futebol, onde os times rendem milhões para máfias nacionais e internacionais?
Estéril para a classe trabalhadora, esta filosofia brahmeira não pode contribuir para um processo revolucionário cujo objetivo é o fim da exploração. Este tipo de filosofia impotente só pode levar a classe trabalhadora à comprar ou querer comprar uma garrafa de cerveja, um parceiro sexual, uma roda de amigos, um carro luxuoso, uma festa. Uma festa paga e libertina, mas uma libertinagem modelada segundo os interesses majoritários. A festa professada por esta filosofia é burguesa, opressora, machista, homofóbica e racista. Estúpida, a forma de vida desta filosofia segue as leis do mercado.

Conclusão

Publicidade burguesa e luta de classes, marcas de cervejas e alcoolismo. Estes elementos de nossa sociedade não estão em hipótese alguma separados. A publicidade e o alcoolismo, pensados a partir de Engels, são duas formas eficazes de controle e matança da classe trabalhadora. Porém, apesar de toda produção e consumo em série de bebidas alcoólicas e publicidade burguesa anti-operária, a classe trabalhadora permanece sendo a classe social capaz de ameaçar e destruir o modo de produção da vida no capitalismo.

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